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     O Brasil está passando por um período de intensa mobilização ideológica. A proximidade das eleições presidenciais e o advento das redes sociais (espaços onde não há limites para a liberdade de pensamento) são alguns dos motivos que têm ensejado calorosos debates. Nesse contexto demasiadamente conturbado, a postura “politicamente correta” – e seu contraditório, “politicamente incorreta” – tem sido bastante utilizada pelos mais diferentes agentes sociais e pior, por amigos que vez ou outra viram inimigos, por que tem que defender o “politicamente correto”.

     Desse modo, torna-se essencial examinarmos criticamente os significados e quais os intuitos ideológicos da expressão em questão. Segundo o estadunidense John K. Wilson, “politicamente incorreto” é uma forma de expressão que procura externalizar os preconceitos sociais sem receios de nenhuma ordem. Na grande mídia brasileira, sob o prisma do “politicamente incorreto”, preconceitos, estereótipos e visões de mundo são obscuramente difundidos sem que os telespectadores tenham a real noção das intenções de certas atrações televisivas. Não podemos esquecer que a internet chegou e com ela as redes sociais.

     Por outro lado, a postura “politicamente correta”, que consiste em utilizar uma linguagem supostamente neutra em termos de discriminação e evitar que possa ser ofensiva para certas pessoas ou grupos sociais, apesar de aparentemente bem intencionada, pode ser tão perniciosa quanto o seu contraditório. O indivíduo politicamente correto enxerga preconceito em tudo o que lê e assiste e, para ele, a melhor maneira de acabar com determinadas posições consideradas erradas é a adoção de mecanismo que possam controlar o que pode ser publicado e exibido. Aí… entra a censura, mas como se auto- censurar?

     Portanto, nem “politicamente incorreto” e, tampouco, “politicamente correto” poderá ser o correto. Enquanto o primeiro, típico dos novos direitistas (onde eu me incluo), pode ser um poderoso pretexto para disseminar preconceitos; o segundo, adotado pela esquerda ingênua, pode representar uma postura que mina a liberdade de expressão ou a autonomia de pensamento e, em casos mais graves, levar a uma “ditadura de opinião”. Sendo assim, devemos ter o censo de evitar posições precipitadas. Cada situação deve ser analisada individualmente, de acordo com o bom senso. O ideal é ser “politicamente sensato”. Mas… não sejamos ingênuos. Num país em que o termo esquerda está equivocadamente associado a um governo assistencialista ou o “fanatismo pelo futebol” e a direita detém o monopólio dos meios de comunicação, seria absolutamente inviável acreditar que as posturas “politicamente correta” e “politicamente incorreta” deixem de ser predominantes. 

     Para completar, a nossa classe política, cada vez mais com comerciantes ao invés de políticos, leva os mesmos a cometerem erros, quando percebem que erraram, muitas vezes é tarde de mais. Talvez por isso temos o Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA) e não temos em terras brasileiras a pena de morte. 

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