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     Estamos todos pensando que haverá mudanças no quadro político quando acontecer a eleição. Os resultados das eleições de outubro podem frustrar quem espera mudanças na política nacional. Partidos hegemônicos e políticos tradicionais vão se beneficiar de um sistema eleitoral que é pouco permeável à renovação, pois temos  um sistema eleitoral que favorece pessoas bem conectadas com quem tem dinheiroou candidatos endinheirados. Qualquer candidato que pretenda ser eleito precisa fazer uma campanha personalista e cara. Esse é o sistema. Temos nas legendas castas avessas à alternância de poder, grupos que chamamos “de caciques partidários”, que concentram poder e dinheiro, e dão as cartas na política partidária e na política parlamentar, depois de eleitos. As garantias e regalias que detêm acabam fazendo com que esses personagens se perpetuem na política brasileira.

     Os partidos têm pouca identidade programática. Isso no Brasil é muito complicado. Os partidos procuram não se comprometer com nada para não se indispor com o eleitorado. Haja visto a LEI DA FICHA LIMPA, que era para ser levada à risca pelos partidos, coisa que não acontece, deixa por conta da Justiça Eleitoral. As propostas acabam sendo bastante fluidas. Há exceções, mas são muito raras.

     Com relação ao financiamento público, será que o candidato que está chegando agora, acha mesmo que vai ter dinheiro do partido para financiamento de sua campanha…?! O financiamento público era desejado para equilibrar esse jogo. Quando veio o petrolão, a reação foi proibir a doação feita por empresas. O sistema do financiamento privado foi, então, desarticulado. Num instinto de sobrevivência, os partidos se uniram e começaram a abraçar a ideia. Isso foi perfeito para as estratégias dos caciques partidários, muito deles inclusive envolvidos na Lava Jato. Assim tornou-se um grande instrumento para estratégias de tentar a reeleição, perpetuar-se no poder e também protelar condenações.

     Nenhuma mudança na legislação para coibir o caixa 2 foi feita, no sentido de aumentar penas e facilitar a investigação de crimes de corrupção, de propina e de financiamento ilícito na eleição. Proibiu-se a doação de empresas, mas sem a contrapartida de coibir a doação ilícita. Também não se avançou para tornar as eleições mais baratas. A lógica do sistema não mudou.

     Sabe aquele camarada que quer ser candidato e só tem R$ 100.000,00 (cem mil reais) no bolso para gastar…?! Só ganha se fizer promessa! Acredita-se que uma campanha modesta para deputado federal o candidato vá gastar em torno de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões de reais) na média e para deputado estadual, não menos do que R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) na média, sem contar que o candidato novo ainda é desconhecido, enquanto o seu oponente, velhaco na política, já chega sentado na janela. Mas a lei estipula os gastos para deputado federal em R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) e para deputado estadual R$ 1.000.000,00 (hum milhão de reais).

     O que esperamos, mudança…?!

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