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     O estado do Rio de Janeiro está marcado por decadência econômica, crise política e colapso dos serviços públicos. A atual crise em causas estruturais e na imersão do estado na lógica da roubalheira que impediu o crescimento e propiciou o declínio da economia, não só no Estrado, como também na nação brasileira nos últimos anos.

     Nenhum outro estado, obteve dimensões de investimentos aliados aos espetáculos como o Rio de Janeiro. Ainda em 2007, a capital fluminense era palco dos Jogos Pan-Americanos, evento que significou investimentos por parte do estado e do município em construções e reformas de vias públicas, de estádios e equipamentos esportivos. A Jornada Mundial da Juventude, promovida pela Igreja Católica, depois da reviravolta no Vaticano e a posse de Bento XVI, aportou na capital do estado em plena crise aberta pelas massivas manifestações inauguradas em junho de 2013. Lembram disso…?!

     A Copa das Confederações, considerada ante sala para viabilização da Copa do Mundo, transformou-se em estrela em meio ao impacto das mobilizações daquele ano. A realização da copa do mundo no Brasil, realizada em 2014, tinha como palco final o estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã), no Rio de Janeiro, reformado e transformado, inúmeras vezes, ao sabor da voracidade de empreiteiras e da corrupção que alimentou o governo Cabral/Pezão, contando com o apoio e participação do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). A realização das Olímpiadas de 2016 figura como épico dessa grande jornada inaugurada no Rio de Janeiro de promoção de eventos e obras que envolveram todas as esferas de governo. Com pendências e dívidas por parte do Comitê Olímpico, ainda não se sabe, com precisão, o total gasto com a realização dos jogos, mas os valores ultrapassaram R$ 40 bilhões.

     A imprensa comemorou o que passou a chamar de “grandes eventos” no Rio de Janeiro como uma panaceia que transformaria o estado, e particularmente a capital fluminense, trazendo desenvolvimento, progresso e prosperidade. A lógica era fazer do Rio de Janeiro a Capital do capital. A euforia da imprensa tinha lastro na liberação de recursos bilionários por parte da união, estado e municípios que alimentava obras, especulação, rede hoteleira e atividades vinculadas ao turismo e, evidentemente, dividendos para os meios de comunicação na promoção de eventos diversos. E o que aconteceu? Nada! O Estado faliu!

     As cifras da especulação imobiliária, vinculadas a esses projetos são astronômicas. As remoções diretas realizadas na cidade do Rio de Janeiro pelo então prefeito Eduardo Paes (PMDB), numa ampla frente eleitoral, da qual participaram o PT e o PCdoB, superaram, em muito, o “bota abaixo” realizado por Pereira Passos no início do século passado. Mas além da intervenção direta no espaço, houve um grande número de deslocamento de trabalhadores para as áreas mais distantes da cidade e da região metropolitana, simplesmente porque os preços dos alugueis e de outros serviços, movidos pela especulação, tornaram a moradia impossível em determinadas áreas. Nessas condições, o péssimo sistema de transporte público (que é privado!) redobrou sua ineficiência.

     O gravíssimo problema da segurança pública no Rio de Janeiro, hipertrofiado pela política de “guerra às drogas” e criminalização da pobreza, também ganhou contornos apoteóticos na imprensa com o início da implantação das “Unidades de Polícia Pacificadora” (UPP’s), que diga-se de passagem, foi um engodo. O ápice foi o dia 25 de novembro de 2010, com a transmissão ao vivo, pela maior emissora de televisão do país, da ocupação realizada pela polícia, com apoio de blindados da Marinha, do Complexo do Alemão, na Penha. Era o Estado “retomando” o controle sobre o “seu” território. O que percebemos hoje, que não aconteceu.

     A economia do estado do Rio de Janeiro, nas últimas décadas, teve grande dependência do petróleo e das atividades paralelas necessárias à extração e beneficiamento do produto. O anúncio da descoberta de petróleo na camada do pré-sal, em 2006, foi motivo de grande alarde e comemoração por parte do governo Lula (2003-2010) e Dilma (2011-2016), apresentada como “passaporte para o futuro”. O “olho grande” por parte dos políticos… se embriagaram com o “cheiro de gasolina e óleo diesel”.

     O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) na cidade de Itaboraí, no leste fluminense, ocupando uma área de 45Km², foi o marco da roubalheira no Estado. Os custos do empreendimento foram inicialmente orçados em US$ 6,1 bilhões (R$ 19 bilhões). O projeto sofreu várias mudanças e a Petrobras admitiu que os investimentos teriam alcançado US$ 30,5 bilhões (R$ 95,1 bilhões). No auge da construção do Complexo foram empregados 29 mil trabalhadores. Antes que as obras fossem paralisadas por questões diversas, a euforia ganhava novo ímpeto e, na esteira dela, a arrogância do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral e a reboque, de outros políticos. No meu ponto de vista, o colapso dos serviços públicos e a crise que afeta a economia fluminense está centrada na própria dinâmica da economia que depende, na atualidade, do petróleo, direta e inderetamente . Há, também, os serviços da dívida pública que foram alavancados nos últimos anos. Considero, ainda, que parte significativa dos elevados investimentos nos chamados “grandes eventos”, “palcos”, “arenas”, “equipamentos esportivos”, etc. que nutriram altas taxas de lucratividade para grandes empreiteiras, redes de hotelaria, perderam a viabilidade econômica pois a “festa acabou”.

     Quando a festa acaba, alguém tem que limpar a sujeira.

     A sacanagem está no fato de que os postulantes ao cargo de governador (garir) do nosso estado, nos debates, fica no campo pessoal e não no campo político e principalmente econômico, até por que no campo político, acredito, Eduardo Paes se sai melhor, é político profissional e dissimulado. já o Juiz Witzel, bem, sua inexperiência política já fala por si só. Na hora de votarem para governador, vá pela lógica, votem com sua conciência.

     Se correr o bicho pega e se parar o bicho come. Essa é a realidade no nosso Estado. Uma pena!

 

 

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