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     O mundo de hoje em dia está em plena mudança. Mudança climática e política que está fazendo com que pessoas saiam de seus países e vão parar em outros com lingua e costumes diferentes. Do ano 2000 para cá isso se tornou recorrente no mundo. Observamos as constantes fugas de países que se encontram em guerras no Oriente Médio e na África; e agora estamos vendo o mesmo fenômeno nas Américas, com uma diferença; para chegar na Europa os imigrantes tem que atravessar o mar Mediterrâneo, já nas Américas os imigrantes não precisam nadar.

     A pobreza e a violência das “MARAS”, gangues que atuam em alguns países da América Central, são os principais motivos citados pelos imigrantes para deixar seu país de origem, a família e tudo o que construíram. A América Central tem uma das maiores taxas de homicídio do mundo, segundo dados da ONU, e Honduras lidera o ranking global, com 55,5 mortes para cada 100 mil habitantes em 2016 – o Brasil ocupa a sétima posição, com 31,3 para cada 100 mil. Cerca de 10% da população da Guatemala, El Salvador e Honduras já deixou seus países para fugir da criminalidade, o recrutamento forçado por gangues e as poucas oportunidades de trabalho.

     No dia 13 de outubro a marcha partiu de San Pedro Sula, formada inicialmente por cerca de mil hondurenhos, que fogem do desemprego e da violência – a cidade é conhecida pelos altos índices de criminalidade. A notícia rapidamente se espalhou pela imprensa e pelas redes sociais, fazendo com que mais hondurenhos e pessoas de outros países da América Central se juntassem à marcha ao cruzar a Guatemala em direção à fronteira com o México. Mas a primeira caravana que saiu de Honduras e chegou à fronteira em abril foi organizada por um grupo que tem se autodenominado Pueblo Sin Fronteiras (Povo Sem Fronteiras).

     Algumas estimativas dizem que 5 mil pessoas deixaram a cidade de Hidalgo em direção a Tapachula; a Polícia Federal mexicana estimou um número menor, de 3 mil pessoas. Estima-se que outros 1,5 mil imigrantes estejam esperando para cruzar a fronteira da Guatemala com o México. Um novo grupo recém-formado de cerca de mil imigrantes hondurenhos também está caminhando em direção aos EUA. No méxico Autoridades mexicanas dizem que têm encorajado os imigrantes a pedir asilo já no México, desistindo de seguir até os EUA, e que mais de mil começaram o processo. Quem tiver o pedido rejeitado pelas autoridades mexicanas será deportado.

     O presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, pediu aos cidadãos que não se juntem à caravana, e mandou ônibus à fronteira da Guatemala com o México para repatriar aqueles que por ventura tenham mudado de ideia sobre a imigração ou que simplesmentes estejam cansados demais para continuar. De acordo com números do governo, cerca de 3,4 mil hondurenhos que faziam parte da caravana voltaram para casa. Autoridades mexicanas dizem que têm encorajado os imigrantes a pedir asilo já no México, desistindo de seguir até os EUA, e que mais de mil começaram o processo. Quem tiver o pedido rejeitado pelas autoridades mexicanas será deportado.

     Acabar com a imigração ilegal foi uma das principais promessas de campanha de Trump quando concorria à presidência e a caravana é exatamente o tipo de questão que pode mobilizar seus apoiadores. O plano de Trump para impedir a entrada dos imigrantes pode significar uma nova separação de famílias, a política de separar famílias na fronteiras gerou uma crise no meio do ano. As famílias podem ter de escolher entre entregarem as crianças para cuidadores temporários ou ficarem juntos na prisão. O presidente americano também repetiu diversas vezes que a caravana tinha motivação política. A caravana mostra a vulnerabilidade dos países da América Central no que diz respeito a suas políticas públicas de combate ao crime a de atrair empreendimentos para aquela região.

     Pertinho de nós, na Venezuela, a coisa também anda desandando. Maduro faliu o país, emprego não tem, produtos de primeira necessidade também não, a violência é explicita e os venezuelanos estão fugindo não só para o Brasil como também para outros países da América do Sul, como Equador, Colômbia, Guiana e Suriname. Agora, com Bolsonaro no poder a partir do ano que vem, é previsível que Trump dê apoio ao Governo brasileiro para intervir na vizinhança, afim de conter excessos de ditadores túpiniquins. É esperar para ver e conferir.

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