Atenção!
Está em curso uma disputa territorial entre a Venezuela e a Guiana por um território chamado Essequibo, o que poderá desencadear um conflito além da diplomacia. A Guiana quer explorar petróleo na região, que está em seu território, mas a Venezuela, não quer que seja explorado o ouro negro.
O que está em jogo?
Segundo se sabe, mas as autoridades da Venezuela e do Brasil estão com a “operação abafa“, acredita-se que não é do interesse do governo venezuelano que haja a exploração de petróleo por empresas estadunidenses na área marítima adjacente à região do Essequibo, pois uma maior proximidade da Guiana com os EUA será sempre considerada como uma ameaça ao governo Maduro, tanto militar quanto economicamente. Além disso, pode ser pouco provável que haja uma invasão terrestre por parte da Venezuela. Eu disse que pode ser e não que não seja!
Entretanto, o governo de Caracas tentaria diplomaticamente, bem como poderia empregar a sua marinha (como já o fez), para impedir ou dificultar a exploração comercial do petróleo, o que poderia elevar a tensão entre a Venezuela e os EUA. Uma escalada na crise, poderia ser usada como uma manobra política por uma das partes, visando desviar o foco da atenção dos seus problemas internos. Devido a essa disputa geopolítica nas proximidades de Roraima, não seria importante que o governo brasileiro acompanhasse com atenção o desenrolar dos acontecimentos, e que se preparasse adequadamente, ainda mais por termos uma reserva indígena, onde existem vários interesses extragovernamentais, nas proximidades da área em litígio?
“Venezuela’s National Assembly unanimously approved a national referendum that would seek support for Venezuela’s “defense” of the disputed Essequibo, a resource-rich strip of land controlled and administered by Guyana, “against the American empire,” Reuters reported on September 23, citing Venezuela’s Foreign Affairs Minister Yvan Gil Pinto” (fonte: https://dialogo-americas.com/articles/venezuelas-maduro-baselessly-accuses-guyanas-ali-of-violating-treaty-of-geneva/)

O referendo venezuelano foi criticado pela Organização dos Estados Americanos – OEA, como verifica a seguir:
“On September 21, 2023, the regime of Venezuela’s “National Assembly” unanimously agreed to call a National Public Consultation “so that the people strengthen the defense” and “the inalienable rights of Venezuela” over the territorial dispute with Guyana. We condemn this improper use of a referendum because it is illegal according to the 1966 Geneva Agreement, and because similar misuses of this instrument have served as a pretext in the recent past to try to justify the worst actions between States, including the crime of aggression.” (fonte: https://www.oas.org/en/media_center/press_release.asp?sCodigo=E-056/23)
Mostrar força para o público interno, pois haverá eleição presidencial em 2024; exercer pressão política no Tribunal Internacional de Justiça, que está analisando a disputa territorial sobre Essequibo, a fim de obter uma decisão favorável; e intimidar a Guiana, por meio da intenção do emprego do poder militar, para tentar realizar uma nova negociação sobre a região em disputa.
A região de Essequibo é constituída por floresta densa, o que dificulta a mobilidade de veículos blindados e tanques. Além disso, a região não possui uma infraestrutura que possa ser usada pelos venezuelanos, como estradas; uma possível invasão pelo mar poderia ser impedida pela marinha dos EUA, que vem acompanhando a situação, bem como poderia cortar o apoio logístico marítimo a região invadida; uma alternativa seria uma invasão terrestre passando pelo Brasil – Roraima – o que seria um ato insano, pois não teria, smj, a permissão do Estado brasileiro; como a Guiana foi uma colônia britânica, haveria uma grande possibilidade de contar com o apoio inglês; e a Guiana tem se aproximado de Washington, muito devido à intimidação venezuelana, visando contar com o apoio estadunidense em caso de conflito com o regime de Maduro.
Dessa forma, o Brasil tem o dever de atuar como um moderador nessa questão, devido à proximidade da região disputada, bem como se possui a pretensão de se afirmar como um líder regional. Mas…, está calado!